domingo, 18 de janeiro de 2009

Desabafo #10

Ambos fizemos contas à vida e tu concluíste que me terias de esquecer...

Eu calculei que te tinha perdido porque jamais conseguiria sair daquela ilha em que me encontrava. Ia morrera ali, completamente só.

A única solução que me restava era determinar como e quando, por isso fiz uma corda. Subi ao cume mais alto de uma árvore para me enforcar, mas quando tive a coragem para me lançar, com o peso do meu corpo o ramo da árvore partiu. Portanto, nem me podia suicidar como eu pretendia.

NÃO TINHA O CONTROLO DE NADA.

E foi então que tive uma sensação boa, como um cobertor. Percebi que de uma forma ou de outra, tinha de me manter vivo. De algum modo... tinha que continuar a respirar, ainda que não houvesse esperança.

O meu raciocínio dizia-me que nunca mais veria este sítio. Por isso, foi o que eu fiz... mantive-me vivo, continuei a respirar.

Mas um dia o meu raciocínio caiu por terra porque a maré subiu e trouxe-me uma vela e agora estou cá. Voltei e estou a escrever isto. E no entanto voltei a perder-te. Estou tão triste por não te ter, mas estou feliz contigo, por teres estado comigo naquela ilha.

E sei o que tenho que fazer agora... Tenho que continuar a respirar, porque amanhã o sol voltará a nascer...

E quem sabe o que a maré pode trazer?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

2009, mais um ano que promete

Para todas as pessoas que às 12 badaladas tiveram o acto altruísta e que alguns dos seus desejos albergavam semelhantes seres de outras províncias mundiais, e que enquanto o fogo de artifício já rebentava no céu nublado (pelo menos no de Lisboa), introduziram o conceito de PAZ no meio de um leque de outros desejos inocentes, lamento informar mas... ainda não é desta.

Ainda mal passou 5 dias do novo ano e já se assiste a uma guerra, na já conhecida Faixa de Gaza, que se adivinha vir para durar.

Bem sei que a paz depende de todos nós, e em todas as acções da nossa vida, mas no entanto, sempre haverá forças neste mundo que nunca poderemos controlar. Enfim, uma chatice. Se ao menos eu tivesse o poder de decidir à escala terrestre, pelo menos 1 semana.

Assim, para o próximo ano sugiro que poupem um desejo, pois saberão que haverá sempre alguma força, algum poder político, alguma organização, algum grupo rebelde separatista, algum crente radical que acredita que a melhor maneira de chamar a atenção para as causas que defende será chacinar um quantos milhares de inocentes.

O método é sempre o mesmo, a técnica da força sobrepõe-se sempre à força da técnica, e nunca ninguém se lembra que as palavras são as armas poderosas do mundo.

Enquanto nada mudar nesta crosta terrestre, os meus desejos são:

  • ser o mais simples possível;
  • escutar mais que falar;
  • ser o mais tolerante possível;
  • observar o mais que puder;
  • não perder a esperança de acreditar;
  • agir e não adiar.

Feliz 2009