sábado, 21 de fevereiro de 2009

Cemitérios de sonhos

Daqui contemplo a cidade, daqui distingo tudo o que ela contém.
Desde sítio olímpico, vejo as atitudes das pessoas e racionalizo as minhas. É neste momento que a razão se sobrepõe ao meu sentimento.

Se Chelas é o berço para o Sam, este é o meu cemitério.

É aqui que percebo que muitas das vezes a minha vontade e o meu querer são de boa índole mas talvez o modo de agir e os meu comportamentos aos olhos de outras pessoas são apenas "devaneios", meras indisposições e chamadas de atenção.

Terão elas razão? Será isso mesmo que me motiva?

Quero pensar que não! Quero pensar que a forma como me comporto é porque gosto de o fazer e quero fazer, no entanto, elevo a fasquia dos expectativas do retorno e quando isso acontece morro por dentro, meu coração entristece.

Indago que se calhar devo alterar certas características minhas para eu viver bem com o mundo e o mundo viver bem comigo. Indago também se perdê-se um pouco do meu querer, um pouco da minha vontade, da minha impetuosidade, da minha impulsividade, da minha falta de humildade, no fundo um pouco da minha essência, se não ganharia na harmonia de um seio.

Transformaria rebeldia em passividade, alegria em ponderação, espiríto de liderança em cobardia. Será que ganharia mais desta forma?

Houve alguém que me disse que a "originalidade poderia transformar-se em solidão", nunca concordei tanto com esta afirmação como agora, aqui, neste local, a esta hora, olhando lá em baixo para a falta de originalidade que vejo nas pessoas.

Singularidade não representa bondade, não representa maldade, mas no entanto... é discriminada.
E assim morre um dos príncipios que mais aprecio e que mais dou valor...


... Desci agora à cidade das pessoas. Sinto agora o seu cheiro, passando a meu lado à beira rio e chego a uma só conclusão.

Nada vou mudar! Parq quê? Se tudo o que sou é o quero ser?

Não importa que seja um lobo solitário, não me importa do que as pessoas pensem das minhas atitudes e o quanto as critiquem. Não me importa do que elas pensam, do que elas me acusem. Cheguei á conclusão que tudo o que faço é o que sinto e isso não pode estar errado. Luto pelo meu espaço de afirmação como um grito mudo, nada mais!

Continuarei a amar as pessoas que amo, mas amarei mais e com mais força a minha pessoa. Desta forma, não importa o que eu sinta... não importa o que digam... pois tudo terá um equilíbrio.